ITA e discriminação racial ?
Prezada Professora Sonia Guimaraes,
Carta aberta.
Sou iteano da turma ELE-78.
Fiquei indignado com a sua entrevista no programa do Bial [1][2][3], desonrando o ITA com acusaçoes graves e sem fundamento de discriminação contra alunos e colegas. Senti nojo.
Você diz : “Eles me odeiam, (inclusive) meus colegas do mesmo nível que eu…. »
Para começar, considero uma falta ética essa acusação infundada em ambiente exterior à escola. Se existe um problema com alunos ou colegas, a primeira ação e o único caminho aceitável é através das instâncias internas. Que eu saiba, esse seu problema não é conhecido do ITA (ver carta aberta da AEITA [4]). Como se diz : « Roupa suja se lava em casa ».
Qualquer forma de discriminação não faz parte da cultura iteana e é formalmente condenada pela comunidade de alunos, extremamente preocupada com assuntos éticos : a tradicional « Disciplina Consciente ».
Com efeito, você não é apreciada por alguns alunos, que a consideram « arrogante » e « péssima professora » e não pela sua cor de pele :
A impressão que tive antes de conversar com alguns de seus alunos é que, em vez de tentar se questionar sobre a verdadeira razão, você apelou para a solução fácil que é de se passar por vítima de discriminação racial, desculpa que está na moda e « dá IBOPE ». Ficou confirmado.
De qualquer forma, o seu comportamento é deplorável.
Permito-me de sugerir de se questionar e de aceitar a oferta de mediação proposta pela AEITA.
Saudaçoes iteanas.
José-Marcio
P.S. :
- Muito bem lembrado pour uma amiga que comentou meu post no facebook :
Se a própria pessoa se declara uma unanimidade negativa (« todos me odeiam »), algum motivo deve haver para tal animosidade. Em qualquer grupo o racismo é pontual e minoritário, nunca absoluto. É pouco provável que seja esta a origem…. (Sonia S.)
Ou seja : comportamentos de discriminação, quando existem, vem de um ou outro individuo. Mas quando isso é coletivo, toda uma comunidade : alunos e professores, durante um periodo muito longo… a razão é provavelmente outra…
- Eu não sou filho de família rica, meu pai trabalhou até os 73 anos, quando eu passei no vestibular (ITA, IME et UFRJ). Ai, ele me disse : « Meu filho, fiz o que pude até agora. Agora é com você…« . Muitos colegas de turma eram como eu, vindo de famílias modestas, tão ou mais modestas do que a minha. Filhos de família rica, a maioria, aproveita a vida em vez de estudar como doidos para passar em vestibular.
- Este artigo de blog não deve ser visto como algo para diminuir o interesse pela luta contra a discriminação. Muito pelo contrário : situações de discriminação (racismo, machismo, homofobia, …) existem. Trata-se apenas de tentar esclarecer um caso particular que denigre injustamente o ITA.
- O CASD [5]- Centro Academico Santos Dumont se manifesta e mostra a realidade dos alunos : Nota de esclarecimento [6].
Links :
- Video do programa do Bial : Sonia Guimarães fala sobre a experiência de ser a primeira professora negra do ITA
- globo.com : Doutora em física, primeira professora negra do ITA denuncia preconceito de alunos e colegas: ‘Me odeiam’
- ‘Conversa com Bial’ promove reflexão sobre os 130 anos da abolição da escravatura
- Carta aberta da AEITA
- CASD – Centro Academico Santos Dumont
- Nota de esclarecimento – CASD
Falou tudo! Parabéns pela matéria sincera e esclarecedora. Sou mãe de aluno ITA é compartilho a mesma opinião que a sua ??????
Obrigado. Aprecio o comentario, principalmente por se tratar de um assunto extremamente polemico.
Muito oportuno! Parabéns!
Parabéns pela clareza e pelo interesse em defender a DC e a instituição. Sou iteana CSTC T89, mãe de iteano T22, e penso e sinto exatamente como o senhor. Para mim tudo é muito claro e óbvio.
Parabéns! Disse tudo o que ela precisa « ouvir ». Seria justo que o programa do Bial permitisse que a outra parte (alunos e ex-alunos) pudesse expor seu lado em rede nacional.
Obrigado, Flavio. A associaçao dos ex-alunos ja se manifestou. Alunos e ex-alunos estao se manifestando.
Sim, seria bom que o Bial desse um retorno quando a « poeira baixar » e as coisas serao resolvidas entre a professora e, provavelmente, a direçao da escola.
Olá, sou jornalista e mãe de iteano. Sim, a Rede Globo deveria dar aos citados direito de resposta.
Boa noite Solange,
Visto a amplidao que tomou a questao, inclusive o desencadeamento de odio – ver algumas manifestaçoes no facebook – penso e espero que o ITA nao vai deixar isto em branco. Idealmente, com consequencias judiciarias para que nao se diga que houve parcialidade por um lado ou por outro.
Bom posicionamento,
Jairo turma 21
Surpreende, pelo lado ruim, que uma pessoa imatura e complexada seja professora do Ita.
Autoridade e respeito,
em todo lugar e especialmente no ITA, se conquista através de conhecimento, competência e capacidade. Aparentemente ela não está recebendo respeito ou autoridade e está procurando causas erradas para justificar suas dificuldades.
A referida professora trabalha no ITA há 25 anos. Ela afirmou, no
Programa do Bial, que seus colegas e seus alunos
a odeiam (a totalidade ou a maioria pelo menos). O problema, se existe, é mais provável de ocorrer onde? Ou em quem?
Caros leitores frequentei ambientes acadêmicos a vida toda. Tive professores de todas as raças, cores e credos. A base de autoridade desses profissionais sempre foi seu conhecimento e competências independentemente se falavam ou não português, ingles, hindu, mandarim, .. etc. Me poupe Dra Sônia, a senhora nao conhece o ambiente em que se encontra.
Meus pais e os de muitos outros colegas eram de origem simples e longe de ser ricos. A senhora ofende a todas as pessoas esforçadas, disciplinadas e persistentes que tiveram a honra de conquistar seu espaço por mérito próprio e não por cotas ou arranjos artificiais. Não fale de coisas de que não entende. Tenho muitos colegas, amigos e alunos PhDs no Brasil, nos EUA e na Europa. A maioria pensa antes de falar abobrinha.
Parabens pela clareza, correção e pela coragem de fugir do Politicamente Correto.
Sua carta é muito boa, em todos os aspectos.
Concordo com sua visão e suas sugestões.
Se há um problema de relacionamento, que seja tratado nas devidas instâncias dentro do ITA.